Blog Della

Blog pessoal da Bru desde 2012. Considere que escrevi alguns posts no auge da minha adolescência.

Bruna Della
27 anos. Capricorniana. Um cargo publico e passando por uma transição de carreira para cartomante e arteterapeuta junguiana. Umbandista, artista, cartomante, atriz e professora de teatro. Compartilhando desde os 15 anos minhas experiências em forma de textos, fotos e vídeos.

Gira 1: grupo de desenvolvimentos, diário de bordo

 Eu estava bastante ansiosa, há 6 meses ouvia ser necessário entrar para o desenvolvimento, porém, não haviam vagas.
 Depois das aulas de mitologia na pós-graduação em arteterapia com abordagem junguiana e após a consagração da medicina ayahuasca, comecei a ter sonhos muito específicos, acordei diversas vezes para desenhar símbolos que vinham em sonhos e anotar palavras aleatórias que surgiam, ao pesquisa-las estavam todas associadas a orixás e a Umbanda, enquanto eu conversava sobre finanças com meu irmão na cozinha, vi Zé Pelintra se aproximar, enfim, decidi começar a frequentar um templo de Umbanda que eu já conhecia e desde a primeira gira que foi e todas as que eu participei, foi me dito sobre eu ter sido iniciada e precisar trabalhar.
 Por fim, tive minha primeira experiência dentro de uma gira de desenvolvimento mediúnico.

 Cheguei apreensiva e perdida, não conhecia e tinha intimidade com ninguém, quem eu conhecia, era a filha da amiga da minha mãe e por acaso eu acabei conhecendo. Cheguei tímida rsrs, mas tudo bem.
 A mãe da casa me recebeu e apresentou os Sacerdotes, os responsáveis por compartilhar e ajudar no processo de aprendizagem dos novos. 
 A Sacerdote me explicou e fez um tour pela casa, existe uma ordem do que fazer ao entrar: primeiro pedir licença a Pomba-gira, Exu, Pomba-gira mirim e Exu-mirim em direção a tronqueira (acho que é isso), em seguida, cruzar para os Pretos e pretas velhas, acendendo uma vela branca para eles, ao de fato entrar no espaço de trabalho cruzar no chão, cruzar para os Ciganos e outro Orixá que não lembro, bater cabeça na frente do altar para 3 coisas que não lembro e para os tambores e cumprimentar a Mãe da casa.
 Demos inicio a gira e eu fiquei no último lugar das fileiras, copiando tudo o que o amiguinho da frente fazia.
  • Pomba-gira mirim: foi a primeira que veio e eu estava um pouco desnorteada, fiquei apenas observando. Os médiuns estavam muito introspectivos e apenas um falava, falava exatamente sobre essa introspecção que a pomba-gira mirim tem e a diferença dela para o exu-mirim. 
  • Oxalá: senti um peso nos ombros e nos braços. Era como se tivesse uma energia em cima deles, uns 10-15 centímetros a mais, sobre meus ombros e braços.
  • Iansã: senti muito respeito, muita alegria e muita honra, senti vontade de chorar incontrolavelmente, era como se um ídolo estivesse em minha frente e eu me sentisse extremamente feliz e honrada de estar diante dele. Eu não queria parar de sorrir e de olhar para os olhos delas.
  • Preto Velho: me lembrou minha avó, não tive muito tempo de sentir energias, pois foram as entidades que mais me pediram coisas: café preto sem ou com açúcar, pipoca, ajudar a abrir um pacotinho e me senti extremamente responsável pelo cuidado deles.
  • Marinheiro: Quanta alegria, também senti vontade de sorrir o tempo todo, foi o que mais senti se aproximar de mim energeticamente. Quando o marinheiro se aproximou de mim para me ajudar comecei a sentir o que senti na consagração da ayahuasca, porém de forma muuuuito mais sutil, senti um peso e mudança no meu rosto do lado direito.

   Em seguida, vieram Zé do Congo, Tata e Nganga em médiuns sacerdotes e na mãe da casa para trabalhar coisas específicas, fiquei auxiliando o Tata junto com uma das sacerdotes da casa. São energias que exigem muito respeito, cheguei a ter medo de me aproximar, errar em algo e receber alguma bronca. O Zé do Congo me chamou e desenhou pentagramas em minha mão, disse que era ele quem cuidava dos filhos da casa e estava me marcando para ele saber que cuidava de mim também.

  Eles prepararam algumas coisas, que não sei o nome, e todos da casa precisaram passar andando ao redor daquele fogo, ervas e velas. Zé do Coco nos trouxe sua sabedoria, com algumas palavras sobre a importância de usarmos nossa força para o bem, para levantar nossos irmãos e não coloca-los para baixo, um recado que serve para cada um em um lugar da vida. 

 Finalizamos a gira, organizamos tudo e fui embora muito cansada, afinal, aviam cido 5 horas de trabalhos intensos.

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