Cheguei ás 7h50, pois começaríamos a ter aulas ás 8h. Realizamos uma roda de conversa onde a mãe da casa contou sobre como ela conheceu a Umbanda e como abriu o próprio terreiro, me senti contemplada, pois ela também veio do Kardecismo, filosofia e religião que foi muito porto seguro durante tanto tempo, e através do texto escrito pela Mãe Elvira, também percebi seu contato com a Wicca. Mesmo não conhecendo muito sobre as entidades, compreendi que o Caboclo Sete Estrelas é o Dirigente espiritual do Templo, a entidade que cuida dos médiuns é o Pai Zé do Congo e eu ainda tenho que entender onde o Sr. Arranca Tôco entra nessa história.
Eu amo a sincronicidade dessa conversa, pois, na semana que antecedeu essa conversa, em um bate-papo com amigas que já são da Umbanda e sobre cada terreiro seguir uma linha e que nem sempre a Mãe ou Pai da casa revelam a linha logo de início etc, mas, já me indicaram o livro a "As Sete Linhas de Umbanda" escrito por Rubens Saraceni e eu o adicionei no meu carrinho de compras da Amazon. O interessante, foi que durante a narrativa da Mãe, percebi que ela sempre se referia a Rubens quando dizia sobre ter ido ao terreiro onde encontrou o seu Pai de Santo.
Fui inserida em diversos grupos da casa e recebi links de aulas que muito me ajudarão, pois, não sou apenas nova no Templo, mas sou nova na religião.
Durante a gira, eu me pego pensando na minha irresponsabilidade de me colocar em desenvolvimento mesmo sem conhecer a história dos Orixás, mesmo sem compreender muitas coisas ainda, mas, ao mesmo tempo, me conhecendo, também sei que se deixar eu nunca vou para a prática de nada, pois fico buscando a perfeição de conteúdo teórico inatingível. Então, sigo pesquisando coisas que acontecem e me surgem.
Eu estava ansiosa pela gira desse dia, pois, ouvi que seria Gira de Ciganos e minha história com os ciganos é longa.
Foi uma manhã bem chuvosa, fui salva por uma maravilhosa e seu pai que me acolheram em seu carro enquanto aguardávamos a abertura do Templo. Ao entrar, tentei me lembrar do passo a passo orientado pela Sacerdote na semana anterior: pedir licença a esquerda em direção a tronqueira e toooodo o processo já descrito na Gira 1. Realizamos a roda de conversa e demos inicio ao desenvolvimento do dia.
Também foi cantado o Hino da Umbanda, mão no peito e uma orientação fenomenal e didática da Mãe e dos Sacerdotes que informaram passo a passo sobre tudo o que ia acontecer, sobre cada Orixá e suas energias, me ajudando a ficar menos perdida.
Ogun: eu tive muita dificuldade em me concentrar e sentir a energia. Me senti mal pelo Orixá, que ficou trabalhando e tentando abrir espaço, mas tive muita dificuldade. Me vem em mente agora, que eu realmente estou tendo questões com figuras masculinas em minha vida e talvez, saber que era uma entidade masculina, me gerou inconscientemente um recuo.
Oyá: Eu ainda não entendi se Iansã e Oyá são as mesmas, mas, a emoção da gira 1 e dessa gira foi a mesma. Era realmente como se eu tivesse vendo um ídolo na minha frente e lágrimas surgiram facilmente com um sentimento de muita gratidão, me sentindo privilegiada e honrada de estar diante dessa energia. Minutos após me concentrar, eu senti uma energia muito forte do meu lado esquerdo (é o mesmo lado que sinto quando faço a leitura de cartas), senti algo crescer no meu quadril, era como se uma grande saia surgisse e meu braço esquerdo automaticamente dobrou. A Mãe me ajudou a trabalhar e a sentir mais essa energia, mas realmente era muito forte e foi assim até o final. Não dá vontade de sair dela, ma-ra-vi-lho-so e só de lembrar meus olhos se enchem de lágrimas.
Ciganos: eu acho que eu estava tão ansiosa que essa ansiedade me bloqueou. As vezes esperamos coisas grandes e não é no grande, é no sutil. Também senti meu corpo se transformando como ocorreu em Oyá, foi mais forte em meu rosto, minha boca tremeu do inicio ao fim e era muita informação acontecendo dentro de mim, eu senti meus braços quentes, eles queriam pegar as cartas que estavam em minha bolsa, porém eu não consegui me mover, eu só conseguia ficar parada, sentindo. Em determinado momento, a Mãe pediu para eu sentar um pouco, pois tinha recebido muita irradiação.
Me senti e me sinto grata, esse acompanhamento e acolhimento de todos da casa estão fortalecendo minha confiança no processo. Senti uma quebra de medo muito grande, eu tenho medo do descontrole, medo do meu ego estar muito frágil e eu não conseguir voltar mais para mim, mas, percebendo o cuidado e atenção vindo de todos, foi uma gira em que eu consegui relaxar e deixar fluir melhor. Caminhar na Wicca, na bruxaria natural e até na consagração da medicina, foram momentos importantes porém muito solitários, estar em grupo me traz uma segurança não antes sentida.
Deixo todo meu respeito e agradecimento as entidades, aos irmãos da casa e a Mãe por estarem me g
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