Hello queridos, lembram-se que comentei ano passado que estava no processo de retomar as leituras? Então, fiquei apaixonada pela escrita da Carla Madeira em “Tudo é Rio”, tanto que até resenhei por aqui“Tudo é Rio”, tanto que até resenhei por aqui e vivo emprestando meu queridinho por aí.
Eis que então, resolvi encarar o dilacerante “Véspera”, mais um livro da gata que está ganhando diversos prêmios por aí. Confesso que estou torcendo para que ela esteja na Bienal do Livro de 2024 para comprar “A natureza da mordida” autografado. Um sonho? Talvez.
A questão é que se você procura livros para retomar sua leitura, contemporâneos e que geram plot twists impensáveis, ela é a autora certa pra ti.
Nessa resenha eu apresento como a obra me tocou e minhas impressões sobre ela, lembrando que não sou uma crítica literária e nem sou da área, é apenas a opinião e perspectiva pessoal da obra.
Não tenho como falar sobre aspectos físicos, pois eu adquiri a versão Kindle para ler durante uma viagem e bem, Kindle é Kindle, amo, uso e abuso. Vamos as minhas impressões?
Uma das características que me marca nos dois livros dela é como ela encerra cada capítulo, fazendo esse encerramento ser uma tortura. Sim, somos torturados nos livros de Carla Madeira, pois ela nos faz chegar em um ápice de emoções e quando chegamos nesse ápice, viramos a página esperando um alívio emocional: o capítulo se encerra e iniciamos outros olhares e outros tempos até chegar no ápice e o ciclo se reiniciar. É uma tortura divina, principalmente para quem está querendo adquirir o hábito de leitura, pois te incentiva a seguir em frente em busca da resposta do que aconteceu e para onde irá.
Escrito por Carla Madeira e publicado pelo Grupo Editorial Record em 2021, com 249 páginas (Kindle), "Véspera" conta uma história em tempos diferentes. Em um momento você acompanha Vedina, uma mulher que vive uma crise em seu casamento e está mergulhada em conflitos psicológicos e emocionais e que em um momento de descontrole abandona seu filho, arrepende-se imediatamente e inicia uma busca pelo seu pequeno que some, acompanhamos seus pensamentos e seu drama psicológico nessa ficção, ouvimos sua narrativa no presente. Por outro lado, acompanhamos também o desenvolver da família de seu marido Abel, desde antes de seu nascimento até o dia atual, dia em que seu filho desapareceu.
"E uma mulher não deve-se enganar quanto a isso: se é preciso forçar para tocar no amor de um homem, melhor deixa-lo.
Mil vezes: melhor deixa-lo."
O livro não nos dá tempo para familiarização, já chega rasgando com o abandono de uma criança. Meus amores, já começamos no caos.
Algo que senti de diferença de "Tudo é Rio" para esse, é que tem muito mais aspectos psicológicos sendo narrados para nós, conseguimos acompanhar os pensamentos das personagens e compreender suas indignações, suas complexidades e as razões de suas atitudes. Seguir o fluxo de pensamento delas, nos permite enxergar tudo a partir do olhar dos personagens, um olhar humano e por isso falho e limitado.
Como assim falho, Bru? Nós enxergamos tudo a partir do filtro de nossa perspectiva, de nossas vivencias, de como sentimos tudo. Nem sempre o que enxergamos é verdade. Nem sempre o que entendemos do que enxergamos seja verdade. Por isso, tantos desentendimentos e por isso a importância de um diálogo aberto, na minha concepção. Uma situação não me atinge da mesma maneira que você, porque cada um tem sua dor, cada um tem sua ferida.
E é esse olhar humano falho, esse enxergar pelas lentes humanas que faz com que não percebemos coisas que nos fazem cair o c* da bunda quando vamos chegando ao final. Os diálogos se conectam e aspectos mínimos que não eram capazes de percebermos antes, são revelados, fazendo com que eu realmente reflita sobre as diversas situações da minha vida em que eu enxerguei ou não o que eu queria, na tentativa de não encarar uma verdade dolorosa.
Não importa o quanto você tente fantasiar, analisar, Carla Madeira consegue surpreender qualquer um com seu final. Quando as coisas começaram a se revelar pra mim, eu ficava me perguntando "O que se passa na cabeça dessa mulher?", "Como ela conseguiu chegar nisso?" e me bateu uma vontade tremenda de entender o processo criativo dessa autora: o final chega antes? Como ela conecta todos esses fios? Como esses fios surgem? Como ela tem coragem de fazer algo do tipo conosco?
ONDE COMPRAR O LIVRO "TUDO É RIO" DE CARLA MADEIRA?
Comprei na amazon para ler no Kindle, neste link você consegue adquirir o livro "VésperaVéspera" de Carla Madeira com a segurança e rapidez da Amazon. E toda vez que você compra algo pelo link que eu compartilho, você ajuda na manutenção desse blog (sim, manter esse blog gera custos kkkcrying).
Confesso que essa leitura me deixou com medo de ler "A natureza da mordida". A autora é cruel, navalha na carne de quem lê, sem dó. Já era de se imaginar que viria um soco quando o livro se inicia com a pergunta "como se chega ao extremo?". Qual o extremo de um livro que começa no extremo?
Me contem suas experiências.
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