1. Ir com medo mesmo
Esse foi o maior aprendizado de todos — e aprendi na marra. Enfrentei muitos medos e dei início a coisas que jamais imaginaria. Tive que ser flexível. Chorei, rezei, tirei cartas, acendi velas e, por fim, aceitei.
O medo sempre vai existir. Ele é um companheiro insistente, que faz questão de não nos deixar sozinhos.
Existem dois tipos de medo:
O primeiro é aquele que nos trava. Ele bloqueia, suga nossas forças e nos deixa impotentes.
O segundo é aquele que nos instiga a nos prepararmos, mas que não nos impede de tentar.
Este ano, decidi abraçar o segundo tipo de medo e desfazer os laços com o primeiro. Estou indo com medo mesmo.
Fazer as coisas, mesmo com medo, me proporcionou experiências incríveis, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. Sou profundamente grata pela ousadia que tive e por gerar movimento. Iniciei percursos que sei que serão longos, mas que me levarão a algum lugar.
Daqui a três anos, esses três anos terão passado, quer eu tenha feito ou não aquilo que me amedrontava. O tempo continuará a seguir, independentemente das minhas ações.
2. Dar menos peso para a opinião dos outros (especialmente familiares)
Essa é uma lição que ainda está sendo trabalhada dentro de mim. A opinião dos meus familiares sempre teve muito peso para mim. O que eles achavam sobre minhas escolhas e minha vida parecia mais relevante do que o que eu mesma achava. Talvez fosse uma forma de eu terceirizar minhas responsabilidades.
Percebi, neste ano, que muitas vezes concordava com eles por medo de discordar, de gerar confusão ou de "perder" nos argumentos. Aprender que não é uma briga e que não preciso justificar minhas opiniões o tempo todo foi libertador. Alguém discordar de mim não significa que estou em um ringue de batalha. Não preciso me proteger e nem atacar ninguém. Se me atacam, isso é um problema deles, não meu.
Estou aprendendo a não levar esses ataques e opiniões para o meu coração e a filtrar quais críticas realmente fazem sentido e quais não.
Também percebi, neste ano, que eu e meu irmão somos muito diferentes. Talvez ele até sinta vergonha de mim. Senti que nos afastamos bastante, e isso me dói, porque o amo muito! Porém, observar que simplesmente já não concordamos com o estilo de vida um do outro — e que não precisamos concordar — me tirou um peso enorme. Acho que esperava a aprovação dele para tudo, mas, na realidade, não preciso dela. O mais curioso é que essa cobrança vinha só de mim; ele, nitidamente, não se importa tanto com isso.
O mesmo acontece com minha mãe, meu pai e tantas outras relações que tenho.
Refletindo sobre tudo isso, percebi que quem colocava o peso nas opiniões deles era eu mesma! Agora, estou no processo de ir tirando todo esse peso. Quero uma vida mais leve.
3. Respeitar e valorizar minha ciclicidade
Se tem algo que me ajudou muito neste ano, foi começar a perceber o meu ciclo interno. Fazer as associações entre a Lua, minha menstruação e, com base nisso, organizar meu planejamento mensal reduziu significativamente o meu estresse e a sensação de sobrecarga.
Quando era inevitável agendar compromissos durante minha fase lútea ou menstrual, eu já sabia previamente que precisaria de um esforço maior e, por isso, tentava aliviar outras tarefas e compromissos.
Conhecer meu próprio ciclo foi uma libertação enorme!
4. O mundo ideal não é alcançavel
Eu sempre esperei pelo mundo ideal para realizar diversas coisas e, olhando para o passado, percebo vários momentos que eram possíveis. Perdi muitos desses momentos por medo e pela expectativa de que, talvez, o utópico fosse acontecer, que todas as peças se encaixassem perfeitamente para que, então, eu iniciasse algum movimento.
Adivinha? Nunca aconteceu nada.
Este ano, eu simplesmente me cansei de esperar, e isso tem tudo a ver com o próximo tópico: "Se eu não fizer por mim, ninguém fará". O que eu tenho agora? O que dá para fazer com o que eu tenho neste momento? Com essas respostas em mãos, eu faço.
Confesso que, às vezes, ainda me falta coragem para algumas coisas, mas o tanto de coragem que tive este ano, sabendo que não é o mundo ideal e aceitando que é o mundo possível, foi inimaginável.
5. Se eu não fizer por mim, ninguém fará
O príncipe encantado não vai chegar. Não existe uma lâmpada mágica nem um gênio para me conceder três desejos.
Seus pais têm uma vida, seus familiares têm a vida deles, e seus amigos também.
Eles podem te apoiar, podem dar conselhos, mas ninguém vai fazer por você.
Na vida adulta, se você não limpa sua própria bagunça, não lava suas roupas e não faz sua comida, ninguém fará.
Eu ainda tenho dificuldade em entender que isso não significa que estamos sozinhos. Vou repetir para mim mesma: isso não significa que estamos sozinhos. Podemos pedir ajuda, sim. Mas, no fim das contas, só nós podemos fazer por nós mesmos.
6. Nenhuma relação será um mar de flores para sempre
Vejam, quanto mais críticos somos com os outros, pior ainda somos com nós mesmos.
Minha régua sempre foi muito alta para tudo. Tudo precisava sair exatamente como o esperado. Se algo ou alguém não parecia me entregar aquilo que eu considerava certo, eu já entendia que era hora de me afastar ou que a pessoa não me valorizava.
Se algum fosse estranho, era o fim.
Na verdade, não funciona assim. Somos seres humanos. É impossível que o outro saiba o que eu espero se eu não o comunicar, e, mesmo comunicando, ele pode simplesmente fazer o que quiser.
Este ano, o tema "relações" foi bastante intenso para mim, especialmente nas relações familiares e de amizade.
Fiquei chateada com uma amiga. Me senti desvalorizada, excluída, e até traída por algo muito pequeno. O pior? Não consegui comunicar essa mágoa e, por isso, acabei magoando ela. Meses depois, percebi o que havia feito. Foram mais de 15 anos de amizade, 15 anos praticamente sem nenhum ruído. Como eu esperava que fosse sempre um conto de fadas? Não é.
Senti que perdi essa amizade. E sei que, para reconstruí-la, seria necessário um esforço tremendo — um esforço mútuo que, com a vida adulta e a distância, se torna ainda mais complexo.
Além disso, entendi que existe amizade para cada tipo de rolê e momento. Tem aquelas amizades que são perfeitas para beber e dar risada no bar, as que são ideais para um papo com café, aquelas que amo visitar exposições ou assistir a espetáculos, as amizades para cozinhar e beber juntas, e as que são maravilhosas para tirar um tarozinho no final do dia.
Todas são extremamente importantes. Cada uma tem suas características. Nenhuma delas precisa corresponder a uma projeção nossa. E todas, vez ou outra, precisarão de uma "manutençãozinha" para continuarem existindo.
7. Valorizar quem me valoriza
Na metade do primeiro semestre, percebi que havia sempre alguns amigos que insistiam em me ver. Mesmo ao longo de todos esses anos, eles davam um jeito de manter o contato. Eu, que sou péssima para a manutenção das relações, juro, eles mereciam um prêmio.
Anotei o nome dessas pessoas que sempre foram assim. Decidi focar em abrir espaços para elas, em vez de ficar procurando novas amizades. Decidi que preciso encontrar essas pessoas ao menos duas vezes por ano. Elas são simplesmente maravilhosas e valorizam cada momento que passamos juntos. Como sou grata pela insistencia deles nessa amizade, pois agora tive a oportunidade de perceber essa preciosidade.
Quanto tempo gastamos tentando construir trocas que não são recíprocas? Focar em quem eu amo e em quem me ama de volta fez toda a diferença.
E aí, qual dessas lições mais bateu no seu coração? Ou melhor, quais suas grandes lições de 2024? Quero muito saber – adoro quando transformamos esses posts em uma troca de histórias e reflexões.
Se tem algo que ficou mais claro pra mim nesse ano, é que estamos sempre aprendendo, sempre em movimento. Mesmo quando parece que estamos paradas, as experiências vão nos moldando. Então, se 2024 não foi do jeito que você esperava, tudo bem... ainda assim, ele te ensinou algo, nem que tenha sido a não fazer de novo.
Que venha 2025, com mais aprendizado, mais leveza e um pouco menos de teste de paciência, né? 😂 Vamos juntas continuar crescendo!
Oii, Bru!
ResponderExcluirEu acabei de chegar no seu blog, e já estou amando muito o conteúdo daqui. Sei lá, é tão aconchegante seu post, que sinto que você está falando comigo como se estivesse frente a frente com vc.
Eu sou, ou pelo menos fui blogueira desde 8 anos de idade. Minha paixão sempre foi escrever. Hoje, atualmente, tenho 22 anos.
E como estou um pouco entediada aqui em casa, e precisando de sei lá, ler mais, resolvi voltar a um hábito tão antigo meu que já não faço tem anos que é ler blogs, e isso, ao ler agora o seu post, me lembrei de minhas recordações, tão antigas que eram tão boas simplesmente por ler relatos de outras pessoas, e também sobre conselhos, algo que eu gosto muito.
Inclusive, você me deu a ideia de eu fazer um post no meu blog (um blog antigo tbm que escrevia), sobre esse assunto.
Gostei muito do post, e confesso que me identifiquei com muitas coisas. Um exemplo é parar de se importar tanto com a opinião dos familiares, não pensar em concordar com tudo, e tomar as rédeas da minha vida.
Agradeço por compartilhar, e desejo que seu ano de 2025 seja maravilhoso!
Um abraço e até mais!
Se puder, inclusive, visite meu blog. Ele tem como foco animes de romance, mas também posto sobre outros temas. Por enquanto, não tenho outro blog sobre outros tipos de assunto, mas pretendo criar um blog de variados assuntos para mulheres em específico, e até lá irei anunciar no Neko Kawaii.
E de novo, até mais! Lá vai eu me despedindo novamente kkkk
https://blognekokawaii.blogspot.com/